quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DIPLOMATA ESPANHOL CONCORDA COM BRASIL


O ex-ministro de Assuntos Extreiores e Cooperação da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, é um dos mais experientes diplomatas de seu país, e disputa a presidência da FAO - Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, com o brasileiro José Graziano, que foi do governo Lula.
Em entrevista ao "El País" (um excelente jornal, mas que ainda acredita na TV Globo...) de domingo, 16 de janeiro, ele tece importantes considerações sobre a crise no oriente Médio, especialmente o conflito Israel x Palestinos. Sua posição é a mesma da diplomacia brasileira:

Pergunta do repórter Miguel González (El País): (...) Continua otimista a respeito do Oriente Médio?
Miguel Ángel Moratinos - Não resta outro remédio. O conflito dura 64 anos e vai a caminho de converter-se em uma nova guerra dos cem anos, como na Idade Média. A situação está estancada e não há horizonte de solução a curto prazo, mas as consequ6encias de uma não-solução são tão graves que deveriam mobilizar a comunidade internacional.

Pergunta: A Europa deve reconhecer o Estado palestino?
MAM - Se defendemos a fórmula dos dois Estados e o transcurso do tempo erosiona a possibilidade do futuro Estado palestino, quanto antes o reconheçamos, melhor.

Pergunta: Sem a concordância de Israel?
MAM - O idel é que haja um duplo reconhecimento: que os Estados árabes reconheçam Israel e Israel ao Estado palestino. É melhor que isso se faça através da negociação, porém é preciso perguntar-se até quando se pode esperar. A Europa deve falar com israel, mas mostrando-lhe a urgência da situação.

Não é isso que o Brasil vem dizendo há tempos? E o Brasil reconheceu o Estado palestino, no final do governo Lula, sob grita geral da direita brasileira - que aliás, grita contra tudo, mas não tem nenhuma proposta concreta para o Brasil, nem nas relações exteriores nem em outros setores.
(Não me digam que o discurso do Serra era sério: romper com a Bolívia, com a Venezuela, acabar com o Mercosul, etc. são bobagens sem pé-nem-cabeça)
(na foto o ex-ministro Celso Amorim, com seus colegas da Turquia e da Espanha)

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