quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

EUROPA PREOCUPADA COM NOSSA TRAGÉDIA

Aqui na Holanda, todas as TVs e os jornais que acesso pela net mostram fotos dramáticas da tragédia em São Paulo e especialmente no Rio de Janeiro. Vi a BBC, a TV 5 francesa, a TVE, espanhola: é enorme a repercussão deste desastre.
Ouvi hoje, na Jovem Pan, o professor Álvaro Rodrigues dos Santos, dizer a maior verdade, sem fazer politicagem: o Homem não pode prevenir um Tsumani, uma atividade vulcânica, um terremoto. Mas as tragédias que se repetem no Brasil são causadas pela intervenção humana, não por uma ação puramente da Natureza.
Se o homem cria o risco, é óbvio que ele tem condição de resolvê-lo. O erro é nosso, não da Natureza, nem de São Pedro.
Não há país mais ameaçado de desaparecer (salvo algumas ilhas em vários Oceanos e mares, mas inabitadas), do que a Holanda. Estou pisando sob o Mar, e neste final de semana irei a uma região que está a 7 metros abaixo do Mar do Norte. Porque podemos pisar nessa terra?
1) Porque a engenharia tem capacidade de proteger qualquer fenômeno previsível pela ciência. A tragédia de 1953, quando os diques da Holanda foram rompidos obrigou os governos e universidades a multiplicarem seus esforços, e hoje o país está pronto para o que vier. Se não for um mega-furacão, um Tsumani do Polo Norte, algo do tipo Armagedon, podem ficar tranquilos que a Holanda, o Reino dos Países Baixos, está muito seguro.
2) Porque os fiscais e os políticos têm vergonha na cara. Ganham bem (os políticos aqui ganham tanto quanto os políticos brasileiros, ou seja, uma fortuna). Ninguém aqui precisa roubar, e se roubar é preso. Não adianta querer oferecer a caixinha pro guarda, pro delegado: aí piorou.
Isso é uma questão de educação e de renda do servidor público.
As tragédias jamais serão previstas ou evitadas. Nápoles vai desaparecer no dia em que o Vesúvio cismar; Los Angeles, no dia em a Falha de San Andres resolver. O Homem nada poderá fazer para evitar tais fenômenos (que são normais a cada milhão de anos).
O que podemos fazer e não temos feito é não colocar gente em lugares que vão, naturalmente, ruir, desabar, afundar.
Daqui de longe, impotente sequer prá doar uma gota de sangue aos meus irmãos no Brasil, desabafo com vocês. E com muita dor no coração.

Um comentário:

  1. Caro Antonio Barbosa,

    Moro em Pernambuco e passamos por uma tragédia como essa no município de Palmares e em outros muncípios da vizinha Alagoas. Nestes momentos, a solidariedade aflora como nunca. Entretanto, não podemos ser solidários por força de uma tragédia anunciada. Devemos nos solidarizar, sim, mas também nos indignarmos com governantes irresponsáveis.

    Grande abraço!

    ps. Reblogarei, com os devidos créditos, a sua postagem no Terra Braslis.

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