quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

JUAN ÁRIAS RESPONDEU MAL

Ontem escrevi aqui e em outros blogs, defendendo o jornalista Juan Árias, que havia publicado matéria no "El País" citando o Jornal Nacional como fonte e descrevendo as cenas maipuladas pela emissora que mostravam a tragédia do Rio de Janeiro entremeadas com imagens da Presidenta Dilma Roussef e seus ministro rindo. Concordei que ele havia errado neste despacho, mas lembrei que nos últimos anos o mesmo correpondente produziu excelentes matérias sobre o Brasil, honestas e objetivas.
Dei minha opinião porque li comentários em vários blogs que ignoravam a conduta costumeira do repórter, chegando a ofendê-lo - e percebi que muitos que o xingavam não conhecem seu trabalho anterior. Não gosto de caça às bruxas, nem concordo com a perseguição a um jornalista que, neste caso, teve posição que eu e muitos condenamos.
Esperei que ele e o jornal fizessem algum tipo de retificação. No jornal de ontem, que comprei à noite em Roterdã, não havia nada sobre Brasil. E no de hoje, pelo que li no blog do meu amigo e grande brasileiro Eduardo Guimarães (recomendo que o visitem) "El País" publicou nova matéria de Árias ligeiramente crítica à Lula, dizendo que o estilo de Dilma é mais organizado e impõem uma disciplina que não existia no último governo. Do ponto de vista jornalístico, esta matéria nada tem de absurdo, é a visão do correspondente - jamais lhe tolheria tal direito.
Mas Edú Guimarães publica também uma carta que recebeu de Árias, na qual ele desefnde sua matéria sobre a tragédia e Dilma. Até aí, é seu direito. O que não gostei nada foi de sua defesa da Globo: ele mostra-se, no mínimo, desinformado sobre a linha daquela emissora e dos demais meios que a empresa dos Marinho possui. Não é possível que um jornalista tarimbado e familiarizado com o Brasil não saiba que a Globo faz oposição aos governos Lula e Dilma Roussef! Tudo que a Globo disser precisa ser, ao menos, cotejado com outras fontes, a começar pelo próprio Governo. Reproduzir matéria política da Globo como se fora uma fonte isenta é ingenuidade, para dizer o mínimo. Na verdade, chega a ser desonesto.
Estou, portanto, decepcionado com o Juan Árias, a quem sempre considerei um jornalista confiável e talentoso.
Talentoso, continua sendo; confiável, não mais.

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