quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O ESCÂNDALO DA VEJA E A COVARDIA DO REI DO ESGOTO



Comentário que enviei ao blog do meu amigo Eduardo Guimarães, que perguntara qual será a próxima capa da revista veja, depois que sua armação da semana passada (quando usou métodos de Murdoch, como espionagem e tentativa de invasão para violar a intimidade de hóspedes do Hotel Naum, em Brasília, entre os quais Zé Dirceu). 

A basear-se na prática do porta-voz da veja, o Rei do Esgoto (que também responde pela alcunha de Azevedo), a revista silenciará sobre o assunto em uma ou duas edições. Foi assim com outros “escândalos” fabricados, como o dinheiro de Cuba para a campanha de Lula; o grampo forjado entre veja, Gilmar Mendes e um senador; entre tantos exemplos.
O próprio blogueiro da veja tem “esquecido” assuntos que antes tratou com sensacionalismo e aquele jargão de bordel que o caracteriza:
1 – O governo de Honduras admite que houve um golpe de Estado em 2009, contrariando tudo que o Rei do Esgoto escreveu durante semanas. Ele não comenta o assunto, como se nunca tivesse existido;
2 – O governo de Israel admite ter usado fósforo branco, arma química proibida por convenções internacionais, contra palestinos; o cão-de-guarda cala-se;
3 – O governo da Grã-Bretanha admite causas sociais nas recentes revoltas em várias cidades; o “jornalista” que havia recomendado o uso do “cassetete democrático” (inspirado nos métodos de Serra contra grevistas, inclusive da polícia civil), fica na moita;
4 – 300 mil pessoas vão às ruas, em 6 de agosto, em Israel, clamando por Democracia; nem uma linha do “valente”;
5 – O sistema neoliberal chileno é contestado por centenas de milhares, com greve geral e pelo menos um estudante morto pela repressão – o defensor do “cassetete democrático” também neste caso, muda de assunto;
6 -Geraldo Alckmin irrita-se com o aumento da criminalidade em SP, onde delegados compravam titularidades de delegadas “rentáveis” (?) por 250 a 400 mil reais – onde está o “analista” do Esgoto?
Menciono apenas alguns fatos que o elemento abordou com ênfase, quase histeria, cheio de “verdades”, para logo ser esmagado pelos fatos e fugir covardemente. A lista é interminável, conforme seus arquivos. O cara entende tanto de política que considerou Sarah Palin pouco menos que um gênio político (aquela que disse que a África é um grande país…) e Índio de Oliveira, ou de Campos, ou Xavier (ainda não memorizei o nome do grande líder…) iria virar o jogo pró-Serra em 2010…
(Edú, se achar o tom meio ofensivo, garanto-lhe que é infinitamente mais cortês do que o usado pelo Rei do Esgoto, que zomba até do aspecto físico das pessoas. Talvez por considerar-se um belo especimen…)

BANCOS DÃO CALOTE E CULPAM CLIENTES!


Todo mês, os jornais publicam que os bancos registram que a taxa de inadimplência aumentou e a todo momento repete que os juros praticados são altos, entre outras razões, porque o “spread” – ferença entre o que pagam pelo dinheiro e o que cobram para emprestar – é alto porque tem de cobrir os prejuízos que sofrem com o calote de maus pagadores.
E só hoje – antes tarde do que nunca – a Folha registra que, caloteiro mesmo, e de bilhões, é o sistema bancário, que “infla” as perdas com inadimplência para reduzir a incidência de importo sobre suas operações. Sonegação, mesmo, é a palavra
Só que sonegação de rico tem outro nome: planejamento tributário. E uma outra palavra incomum: elisão fiscal. As operações ganham contabilmente, nomes e formas para isentarem-se de imposto.
Segundo a Folha, só em 2011, as autuações chegam a R$ 5,9 bilhões, englobando sonegação de impostos em fusões, em aquisições e em empréstimos entre bancos. Em 2010, foram R$ 6,9 bilhões, valor maior do que o dos três anos anteriores somados.
E são estes senhores que nos falam em carga tributária elevada, recomendam cortes nos programas sociais, etc, etc, etc…

terça-feira, 30 de agosto de 2011

VEJA INSTALOU CÂMERA ESPIÃ NO HOTEL DE BRASÍLIA: ESTILO MURDOCH!


Imagens da Veja não são do hotel. Aumenta o detrito na maré baixa

    Publicado em 29/08/2011
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O amigo navegante Luis Claudio envia notícia do Brasil 247:

Imagens divulgadas por Veja não foram feitas por câmeras do Hotel Naoum
“Essa possibilidade já está descartada”, diz gerente-geral Rogério Tonatto


Evam Sena_247 em Brasília – O Hotel Naoum já descarta que as imagens divulgadas por Veja do ex-ministro José Dirceu e políticos nos corredores do estabelecimento tenham sido capturadas pelas câmeras internas e vazadas por algum funcionário. A Polícia Civil do Distrito Federal iniciou perícia para saber se as fotos foram resultado de grampo de imagem feito pela revista ou por terceiros.


“A possibilidade de as imagens terem saído de nossas câmeras está descartada. Está muito evidente que não foram captadas por nós. As imagens divulgadas são bem diferentes do nosso padrão”, disse ao Brasil247, o gerente-geral do Hotel Naoum, Rogério Tonatto.


Ele afirma que o enquadramento das imagens publicadas é diferente das capturadas pelas câmeras internas e que as imagens do hotel são coloridas, ao contrário das divulgadas.


Segundo Tonatto, o circuito interno não conseguiu capturar imagens de instalação de grampo. “Não estamos conseguindo enxergar isso”, disse. Ainda de acordo com ele, a Polícia Civil trabalha na busca de provas de instalação de uma câmera no corredor. O hotel vai esperar a perícia para decidir se aciona a Polícia Federal.


Reportagem da Veja deste fim de semana mostra o ex-ministro José Dirceu, senadores, deputados, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, e o ministro de Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel, nos corredores do Hotel Naoum, em momentos diferentes. Dias antes da publicação, José afirmou por meio de seu blog que o repórter Gustavo Ribeiro tentou invadir seu quarto no hotel, depois de ficar dias hospedado em uma suíte ao lado da do petista.


Na reportagem, Veja afirma que Dirceu ainda é ativo nas articulações do PT e o acusa de conspirar contra o governo da presidente Dilma Rousseff. A revista nega que o repórter tenha tentado invadir o quarto do ex-ministro.



INVASÃO DA VEJA, SEGUNDO EDUARDO GUIMARÃES


Caso Veja/Dirceu revelará em que país você vive

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Estou em Curitiba a trabalho, envolto em reuniões durante o dia e em intermináveis jantares de negócios à noite, de maneira que serei curto e grosso ao dizer um fato que peço que anote em sua agenda mental, leitor, caso queira saber em que país tem vivido.
A melhor coisa que poderia ter acontecido ao Brasil foi a Veja ousar tanto quanto ousou em seus delírios de poder. Pouco mais há o que dizer em relação a esse caso, apesar de a “grande” imprensa ter sonegado seus prestimosos serviços à Nação.
Isso porque a “pequena” imprensa deu conta do recado fazendo uma cobertura célere e objetiva do caso tanto em blogs como em sites, com análises claras e fundamentadas e até matérias informativas dignas de qualquer grande veículo.
Já na manhã de domingo (28), por exemplo, o site Brasil 247 saía com uma entrevista com Rogério Tonatto, gerente do hotel Naoum, onde ocorreram eventos dignos de folhetim de suspense. À tardinha, o site Viomundopublica nova entrevista do mesmo Tonatto.
Ficamos bem servidos de imprensa, os que temos internet e interesse pelo jogo do poder. Mas e o imenso “resto” da sociedade?
Bem, mas a questão não é essa. O que quero dizer muito rápida e claramente a você, caríssimo leitor, é que esse caso veio a calhar em um momento em que o governo Dilma já manifestava oficiosamente a intenção de engavetar qualquer projeto de regulação da mídia.
Com esse ato delirante de ousadia da Veja, um ato de crença absoluta na impunidade, na premissa inaceitável de que a “grande imprensa” está acima da lei e dos demais cidadãos, agora saberemos, de uma vez por todas, em que tipo de país vivemos.
A revista e seu repórter têm contra si acusações gravíssimas, clara e insofismavelmente inscritas no Código Penal e que contam com provas documentais, testemunhais e, se bobear, até uma confissão assinada publicada nos seus blogs de esgoto…
Se o que a Veja ousou não gerar os desdobramentos que enumero a seguir, portanto, esqueça. Voltemos à prancheta porque este país estará fadado à perda de mais esta janela de oportunidade. Eis o que tem que ocorrer:
1 – A Justiça tem que condenar a Veja. E não só penal e pecuniariamente, mas também a se retratar e a dar espaço equivalente às suas vítimas. E rápido, pois provas não faltam.
2 – O governo Dilma Rousseff tem que enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que imponha regras a esse prostíbulo nojento que é a Comunicação no Brasil.


VEJA ASSUME SEU BANDITISMO


Veja é o Murdoch brasileiro


Por Charles Carmo, no blog Viomundo:

A revista Veja entrou no centro de um dos maiores escândalos da imprensa nacional após a divulgação da suposta tentativa de invasão do apartamento em que o ex-ministro José Dirceu estava hospedado, no Hotel Naoum, em Brasília. O repórter Gustavo Nogueira Ribeiro está sendo acusado de tentar convencer a camareira a deixá-lo entrar no quarto de José Dirceu, fingindo se passar por um colega do ex-ministro que estaria hospedado no mesmo apartamento.

A denúncia partiu da camareira e do chefe de segurança do hotel, e foi registrada num boletim de ocorrência do 5º distrito policial de Brasília.

Para o deputado Emiliano José (PT/BA) “a Veja está assumindo a sua face mais clara de banditismo. Dentro dos padrões éticos do jornalismo e da convivência democrática não há justificativa possível para este tipo de comportamento, salvo se ela estiver seguindo as trilhas do Murdoch. Para tentar obter um fato, não importa qual fato seja, a revista cometeu um crime ao tentar invadir um apartamento. Não importa de quem é o apartamento e qual o fato que ela supostamente queria investigar”, afirmou o parlamentar.

Emiliano José afirma que o caso é extremamente grave e a sociedade brasileira deve reagir ao escândalo com a mesma indignação que os ingleses reagiram aos escândalos dos grampos do jornal News of the World, pertencente ao grupo do bilionário Rupert Murdoch, e que resultou na prisão dos responsáveis, além do fechamento do jornal, maculado de maneira irremediável pelo escândalo dos grampos que foram descobertos e atingiram desde políticos até vítimas de seqüestro. O chamado “Caso Murdoch” abalou a Inglaterra e trouxe à baila a discussão sobre os limites da imprensa na democracia.

“É preciso envolver os setores democráticos brasileiros para que não se configure uma prática nitidamente arbitrária, ilegal e golpista como esta. A Veja é o Murdoch brasileiro, só que com características do golpismo político. Ela é uma usina golpista da direita brasileira e latino-americana. A sociedade brasileira precisa reagir a isto que está ocorrendo. Temos que tomar uma providência diante dos crimes da Veja. Não se trata de um fato com um companheiro do partido, que fique bem claro, mas de uma agressão à vida democrática brasileira. A Veja foi pega com a mão na botija e isto é contra a democracia”, concluiu o deputado que também é jornalista e professor da Universidade Federal da Bahia.

E qual seria a motivação para a matéria da Veja? Emiliano José tem uma opinião. Para ele “a revista Veja quer forçar a condenação prévia de um cidadão, ela faz lobby para forçar a condenação de Dirceu. Ela está tolhendo Zé Dirceu do seu direito de ir e vir, de sua privacidade, e está devassando a sua vida privada de maneira caluniosa e ilegal. É o caso Murdoch novamente, só que com motivação política”, afirmou o deputado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

BILIONÁRIO PAGA MENOS IMPOSTO QUE VOCÊ, SABIA?


aiu no Tijolaço, de Fernando Brito:

De um bilionário americano para a turma do “Cansei”


Aquele pessoal Associação Comercial de São Paulo que patrocina o impostômetro e a turma do “Cansei” deveriam ler o artigo que publica hoje, no The New York Times, o megainvestidor americano Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo. Aliás, ele era o primeiro, antes de ser ultrapassado por Bill Gates e pelo mexicano Carlos Slim, o tubarão das telecomunicações.


O título do artigo diz tudo: “Parem de mimar os ricos“.


Buffett não poderia ser mais claro. Usa o valor do que ele próprio paga de imposto de renda e o compara com o que pagam seus subordinados: é ele quem paga menos, proporcionalmente.

http://blogprojetonacional.com.br/


Tudo o que ele diz sobre os Estados Unidos, mais seriamente se poderia dizer sobre o Brasil.



Já tivemos 13 alíquotas diferentes de Imposto de Renda, variando entre zero e 55% da renda, de acordo com seu valor. Chegamos a ter apenas duas e, hoje, são cinco, até 27,5%, no máximo. Os EUA, por exemplo, têm cinco faixas, com alíquota maior de 39,6%. No Reino Unido, são três faixas, de 20% a 40%. A França mantém 12 faixas (5% a 57%), e a China nove faixas (15% a 45%).


Além dos pobres, castigados por um sistema regressivo de impostos, que carrega o preço dos produtos muito mais fortemente que a renda – um estudo do Ipea mostra que os pobres pagam, proporcionalmente, três vezes mais ICMS que os ricos – também a  nossa classe média é onerada de forma injusta. A incidência percentual de Imposto de Renda é a mesma para quem ganha R$ 3,7 mil ou R$ 370 mil por mês.


Nos últimos anos, até que se diminuiu essa injustiça, criando faixas mais baixas de tributação para rendas menores (7,5%, para renda até  2.246,75) e uma mínima ampliação (de 25% para 27,5%) para a faixa mais alta, embora o “alta” aqui seja uma piada,, em termos mundiais. Mesmo assim, como você vê na tabela, um imposto de renda  baixo, em relação a quase todos os países do mundo.


E do qual os mega-rendimentos, por uma série de artifícios, escapam, enquanto o assalariariado não tem como fugir.


Quem sabe um dia apareçam aqui também grandes empresários e investidores que tenham a coragem de dizer o que o bilionário Buffett? Vale a pena ler o seu artigo, que posto no blog Projeto Nacional.




HÁ 50 ANOS BRIZOLA EVITOU UM GOLPE MILITAR


Movimento da Legalidade e o Estado Livre


por Neuza Canabarro (*)


Brizola, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, convencido que se tratava de um golpe de Estado, iniciou o mais importante movimento de resistência democrática do século XX, para garantir que Jango, vice-presidente da República, fosse empossado presidente.


Hoje, cinquenta anos se passaram e temos a lucidez de poder rememorar os fatos que assistimos as interpretações que ouvimos, muitas pró-movimento e outras contra, acusando Brizola de incendiário e de prejudicar ao cunhado Jango.


O desatino dos ministros militares do ex-presidente Jânio Quadros empurrou-os para o abismo da intolerância ao colocarem as Forças Armadas de prontidão no Brasil e o mais terrível, determinarem que Jango, ao regressar da viagem oficial a China,  fosse preso no desembarque, em qualquer aeroporto  do País.


A Rádio Guaíba, integrada a aproximadamente 100 emissoras de rádio, transmitia, diretamente do Palácio Piratini, dia e noite informações dos acontecimentos do Movimento da Legalidade com pronunciamentos de Brizola e do Marechal Teixeira Lott, alcançando uma mobilização extraordinária para a época.


As redes sociais, hoje tão badaladas, na realidade foram inauguradas por Leonel de Moura Brizola. Tiveram neste Movimento a grande constatação de sua eficácia na conscientização popular e engajamento para lutar na defesa do cumprimento da Constituição Federal do Brasil.


O mais fantástico é que Jânio e Jango foram eleitos por forças políticas diferentes, e por que não dizer antagônicas, enquanto Jânio representava a direita, o conservadorismo, as elites retrógadas, Jango era a esquerda com sua proposta progressista, as reformas de base, as grandes transformações.


Há meio século o eleitor tinha o direito de escolher o candidato a presidência e também de votar no vice. Atualmente é um retrocesso no processo democrático, aceitar quem não foi votado ser investido no cargo em caso de vacância.


O Movimento da Legalidade sem dúvida alguma, assume hoje uma dimensão maior pela visão, coragem e discernimento de Brizola ao empunhar a bandeira da defesa dos direitos constitucionais de Jango.


Acredito que as comemorações cumprem um importante papel na formação de gerações que não conhecem ou tem uma idéia distorcida da realidade deste episódio.


Reafirmo a convicção da necessidade de recuperação dos valores morais, éticos e principalmente da utopia e sonho de um estado livre, forte e igualitário.


(*) Conselheira do CDES-RS



NINGUÉM REPERCUTIU A SUJEIRA DA VEJA


O silêncio dos indecentes

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Ao constatar o silêncio sepulcral que se derramou sobre a grande mídia neste fim de semana, logo após a denúncia que a revista Veja fez contra o ex-ministro José Dirceu e a que este fez contra a revista, fiquei imaginando quantos jornalistas sérios existem nesses grandes veículos que podem estar tendo a decência de se indignar com seus patrões por estarem impedindo que façam seu trabalho.
Para quem chegou agora ao noticiário político e não sabe sobre o que se refere esse caso, ou para você que, aí no futuro, está lendo o que escrevi no passado, explico que o ex-ministro José Dirceu, no fim de agosto de 2011, denunciou em seu blog que a revista Veja mandou um repórter tentar invadir seu apartamento em um hotel de Brasília pouco antes de publicar matéria com a “revelação” de que se reunia, ali, com correligionários políticos.
Na matéria, a revista Veja fez suposições sobre as razões que levaram aqueles políticos a se reunirem no hotel Naoum, em Brasília, baseando-se na premissa inverídica de que por Dirceu estar sendo processado pelo Supremo Tribunal Federal pelo “escândalo do mensalão” e por ter tido cassado seu direito de disputar eleições estaria impedido, de alguma forma, de fazer articulações políticas. As suposições, surpreendentemente, são tratadas como fatos pela matéria da Veja.
Uma das suposições da matéria é a de que, por ter se reunido com seus correligionários petistas em data próxima à queda do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, Dirceu teria tramado com eles a retirada de apoio do PT a ele, o que teria determinado a sua demissão pela presidente Dilma Rousseff. Não houve escuta ou indício maior para a Veja fazer tal afirmação. A revista apenas supôs e publicou como se fosse fato.
Apesar de não haver matéria alguma nesse fato sobre os encontros de Dirceu em Brasília, isso não significa que esse caso, por inteiro, não contenha uma das mais saborosas e instigantes matérias jornalísticas sobre política dos últimos tempos.
Acontece que, apesar de a matéria da Veja fazer parte de um jogo político da imprensa aliada ao PSDB e, portanto, não precisar de fatos reais, pois tenta apenas impor à sociedade a percepção de que o governo Dilma e o PT estariam infestados de gangsters e, nesse processo, procura, na falta de qualidade das acusações, produzir quantidade, faltava um mínimo de verossimilhança à “denúncia” contra Dirceu.
Na tentativa de tornar a matéria menos pífia, a Veja se valeu de método literalmente criminoso. Como é óbvio que o hotel que fez um Boletim de Ocorrência contra a tentativa do repórter da revista de invadir o quarto de Dirceu não cederia imagens de seu circuito interno de TV àquele mesmo repórter, ele instalou câmeras nos corredores do estabelecimento para conseguir as imagens que a Veja publicou.
O viés criminoso da revista, nesse caso, é uma bomba jornalística que reproduz, no Brasil, o escândalo de alcance planetário que se abateu sobre a imprensa britânica. É uma das maiores matérias jornalísticas que surgiram neste ano, no mínimo.
É verdadeira a acusação de José Dirceu? Que tal seria se a imprensa ouvisse as testemunhas? Por exemplo, a imprensa poderia entrevistar a camareira à qual o repórter da Veja Gustavo Ribeiro teria pedido que abrisse o apartamento de Dirceu alegando que aquele era o seu apartamento (do repórter) e que teria esquecido a chave em algum lugar.
O pessoal da recepção poderia ser entrevistado para comprovar ou não que Ribeiro se hospedou no hotel e pediu para ser alojado no apartamento contiguo ao de Dirceu e  que o repórter da Veja, ao ser denunciado pela camareira, fugiu do estabelecimento sem pagar a conta. Afinal, se Ribeiro se hospedou no hotel teve que fazer o check-in e o check-out. Se pagou a conta, deve ter o recibo do pagamento. Se não tem, fugiu.
Por que um repórter fugiria de um hotel no qual se hospedou?
Leia o artigo do Eduardo na íntegra no imperdível blog: