segunda-feira, 24 de outubro de 2011

QUAL REVISTA SEMANAL VOCÊ LÊ?


Uma comparação entre as revistas Veja, Época, Istoé e Carta Capital

21JUN
Toda segunda-feira pela manhã o Jornal da Massa (Rede Massa/SBT) divulga as capas das revistas Veja, Época e Istoé. Já os questionei várias vezes sobre o motivo de não divulgarem a também revista semanal Carta Capital. Resposta: tiragem menor. Esse é o conceito deles de democratização da mídia?
Ora, a revista Veja tem tiragem de menos de um milhão de revistas, e vem caindo. A Época tem menos de 400 mil de tiragem e a Istoé menos de 300 mil, e também vêm perdendo leitores. A revista Carta Capital tem tiragem de mais de 100 mil revistas e vem crescendo, sendo que é uma das mais novas das quatro (Veja 44 anos, Época 13 anos, com a força das Organizações Globo, Istoé 35 anos e Carta Capital 16 anos).
Fiz uma análise entre as quatro revistas das edições publicadas na semana dos dias 13 a 15 de junho de 2011.
A Veja e Istoé saem perdendo no preço (R$ 9,90), enquanto Carta Capital e Época custam R$ 8,90.
Praticamente metade da revista Veja é composta por propagandas de página inteira (49% da revista), enquanto que na Istoé 45% é propaganda, a Época 35% e a Carta Capital apenas 14%.
Ou seja, a Veja, além de ser a mais cara, metade do preço o leitor está pagando em propaganda. A revista fatura, e muito, duplamente.
Sobre a linha editorial, a capa da Veja trata de matéria irrelevante, sobre longevidade das pessoas. A entrevista é com o grande Ministro do STF Joaquim Barbosa, mas foram feitas apenas perguntas infantis e tendenciosas a ele. Por exemplo, sobre o caso Battisti, que ele respondeu, acertadamente, de forma seca, que o que ele tem a dizer sobre o caso está em seu voto. Os colunistas da Veja são inexpressivos. Talvez o que salve é o ex-Ministro Mailson da Nóbrega. No restante propaganda, propaganda e propaganda, divulgação de cartas dos leitores mais conservadores possíveis, ataques normalmente exagerados ao Governo Dilma e defesa de políticos tucanos. Para fechar, a parte cultural da revista é a mais fraca das quatro.
A revista Época, das Organizações Globo, concorre com a Veja para o prêmio de pior revista semanal do Brasil. A Época trata sobre o tamanho do Estado em sua capa, e a matéria faz uma defesa cega das privatizações do Governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, esquecendo de vários absurdos que ocorreram na década de 90 no Brasil. Faz uma apologia ao Estado Mínimo, esquecendo que nossa Constituição de 1988 prevê que busquemos um Estado do Bem-Estar Social. A revista ainda faz uma matéria/entrevista sobre o Partido “Novo“, uma partido “apolítico“ que não pretende ter políticos, o que até parece piada. Além de querer transformar o Brasil numa grande empresa, o que é um absurdo. Seus colunistas são tão ruins que o melhor é um professor que dá dicas de ginástica. Também com muita propaganda, a parte cultural da revista é ruim.
A revista Istoé também é muito fraca. Nem vou tratar do seu apelido (Quanto é), mas é um revista que tenta trazer questões pessoais da nova Ministra Gleisi Hoffmann a público, trata os bombeiros do Rio como marginais, trás uma entrevista patética com a irmã do Abilio Diniz, tem colunistas abaixo da crítica, e também com um setor cultural fraco.
A revista Carta Capital é uma exceção. É a mais barata, com menos propagandas, não tem o poder por trás de grandes impérios da mídia, mas conta com competentes colunistas, como seu editor Mino Carta, Celso Amorim, Luiz Gonzaga Belluzzo, Marcos Coimbra, Delfim Netto (sim, a revista é pluralista), e o melhor comentarista esportivo do Brasil, o Doutor Sócrates. Ainda é ótima e divertida a seção Blog do Além, e seu setor cultural é o melhor das quatro revista de forma disparada.
Recomendo, portanto, que o leitor gaste seu estimado dinheirinho na revista Carta Capital, que vem crescendo, é a de melhor qualidade e não tem o discurso adesista ao grande capital.
Tarso Cabral Violin é blogueiro (blogdotarso.com), advogado do Bueno & Grande Advogados Associados, Professor de Direito Administrativo da Universidade Positivo e Mestre em Direito do Estado pela UFPR.

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