sábado, 5 de novembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO CLAMOR

Arquivo Clamor guarda a memória da resistência contra ditaduras na América Latina

Considerado pela Unesco como Memória do Mundo em 2007, o Fundo Clamor guarda centenas de histórias que, graças a ele, jamais serão esquecidas. Guardados em aproximadamente 106 caixas-arquivo e 30 pastas, os documentos são dos mais variados tipos e origens. Isso porque o Clamor foi organizado a partir da solidariedade direta com as vítimas, principalmente as das repressões da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia. A reportagem é de Fábio Nassif.

A dedicação de algumas pessoas em denunciar os abusos, encontrar crianças desaparecidas e ajudar refugiados latinoamericanos no período da ditadura militar se transformou em um arquivo que hoje contribui em processos contra torturadores de vários países. Considerado pela Unesco como Memória do Mundo em 2007, o Fundo Clamor guarda centenas de histórias que, graças a ele, jamais serão esquecidas.

Guardados em aproximadamente 106 caixas-arquivo e 30 pastas, os documentos são dos mais variados tipos e origens. Isso porque o Clamor foi organizado a partir da solidariedade direta com as vítimas, principalmente as das repressões da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia.

Os fundadores foram a jornalista inglesa Jan Rocha, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh e o pastor Jaime Wright. Unidos em junho de 1978, tinham como objetivo primeiro a ajuda aos refugiados que chegavam em São Paulo. Em pouco tempo, por conta das articulações com entidades de direitos humanos de vários países, essas pessoas poderiam chegar ao Brasil sem malas, mas com o endereço do Clamor no bolso.

O relato da luta contra a brutalidade dos regimes políticos da América Latina teve como estratégia mostrar que os mortos e desaparecidos não eram números, mas pessoas. E foi por isso que o boletim, publicado pelo grupo em português, inglês e espanhol, teve tanta importância. A equipe do Clamor (palavra que tem mesmo significado nos três idiomas) passou a receber muitas cartas, denúncias, relatos e pedidos. Por consequência, passou a exercer cada vez mais o papel de centralizar informações sobre desaparecidos e perseguidos políticos do continente e de apoio aos refugiados dos países vizinhos. E também a receber mais ajuda, como a de Dom Paulo Evaristo Arns, figura fundamental dentro da Igreja na luta contra a ditadura.
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