sábado, 28 de abril de 2012

VEJA E BICHEIRO TRABALHAM JUNTOS CONTRA O GOVERNO


Demóstenes, sobre grampo de Dirceu: “Aí é ótimo, fantástico”

PS do Viomundo: Jairo Martins era o principal araponga da turma de Cachoeira. Um colega jornalista obteve a confirmação, de duas fontes independentes, de que ele fez acordo de delação premiada. Procurado pelo site, o Ministério Público Federal não se manifestou sobre o assunto.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

VETA, DILMA!


Campanha Veta Dilma! ganha força nas ruas e redes sociais

26/4/2012 13:00,  Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
Veta Dilma!
Selo da campanha Veta Dilma!
A resposta à votação na Câmara, realizada na noite passada, que aprovou o Código Florestal de acordo com o que exigiam os ruralistas, em flagrante desacordo com o sentimento público da maioria dos brasileiros, ganha força na campanha Veta Dilma!, que ganha cada vez mais espaços públicos seja nas manifestações previstas para este fim de semana, seja nas redes sociais. Ambientalistas e entidades de mobilização da sociedade civil apoiam a campanha contra a manobra de fazendeiros e empresários ligados ao agronegócio e, na última sexta-feira, comemorado como o Dia da Terra, foi também lançada o “Dia Nacional do Veta, Dilma!”.
O resultado da votação na Câmara “condena o Brasil ao atraso na gestão de suas riquezas naturais, ganha força a mobilização nacional contra o texto forjado por setores atrasados do agronegócio e da política”, afirma, em nota, a seção brasileira da organização não governamental (ONG) World Wildlife Foundation (WWF-Brasil). Na capital federal, um novo balão da WWF-Brasil tem ilustrado as manifestações.
O projeto de lei aprovado nesta quarta-feira, “consolida desmatamentos em áreas sensíveis e estratégicas, como margens de rios e topos de morro, anistia desmatadores, abre espaço para mais derrubada de florestas nativas e para a especulação fundiária e reforça uma cultura de impunidade, de desrespeito à legislação e desvalorização do patrimônio natural”, acrescenta a WWF
A questão é maior do que apenas uma questão nacional e “pode colocar em xeque o cumprimento pelo país de metas assumidas internacionalmente ligadas à conservação da biodiversidade e mudanças climáticas, por exemplo. O mundo inteiro está atento a como o Brasil vai tratar o futuro de suas florestas e se conseguirá manter sua liderança global em desenvolvimento sustentável, conquistada nas últimas décadas”, ressalta a instituição.
Os reflexos de uma desastrosa aprovação a toque de caixa da reforma do Código Florestal, sem debate real com a sociedade, pode ter reflexos negativos na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que acontece em junho, no Rio, onde 100 chefes de Estado estão confirmados para discursar na plenária principal, conforme o Itamaraty.
Ainda no início, campanha “Veta, Dilma!” já repercute em todo o Brasil e no exterior. Vários países demonstraram seu apoio, como Alemanha, Colômbia, Canadá, Espanha, México, Portugal, Suíça, Estados Unidos e Inglaterra. “Todavia, o parlamento não ouve a Ciência, não ouve os juristas e deu às costas para a sociedade. A presidente Dilma Rousseff precisa ouvir o clamor dos brasileiros”, acrescenta a ONG.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

MINHA REPORTAGEM EM "OUTRAS PALAVRAS"


Portugal lembra os cravos com saudades

Há 38 anos, revolução varria ditadura salazarista prometendo liberdade e vida digna. Agora, crise e decadência reacendem desejo de mudanças
Por Antonio Barbosa Filho, correspondente na Europa
COIMBRA, Portugal – Em abril de 2011, parte dos portugueses chocou-se com uma frase proferida por Otelo Saraiva de Carvalho, um dos líderes do movimento que derrubou, em 1974, a ditadura salazarista de 48 anos. Indagado sobre a crise em que Portugal já estava mergulhado, este ex-”capitão de abril” declarou, em desencanto: “Se eu soubesse como o país ia ficar, não faria a Revolução”.
Tal sentimento é compartilhado por muitos cidadãos que já tinham, em 25 de abril de 1974, idade para entender o significado da “Revolução dos Cravos”, ou para participar ativamente dela. É comum ouvir-se frases como a de um senhor de 65 anos, de Coimbra, que pede para não ser identificado: “Os sonhos de 74 permanecem vivos, mas estão a cada dia mais longe da realidade. Víamos um futuro que nos tiraria da condição de país mais pobre da Europa. Hoje continuamos o país mais pobre da Europa, e não enxergamos melhor futuro a médio prazo”.
O discurso do poder abate o ânimo da maioria, e revolta aos mais engajados na discussão política. Reza este credo que a saída da crise virá pelo aumento das exportações. Porém, para exportar mais, Portugal só tem um caminho: tornar mais barata sua mão-de-obra. Cortar profundamente os serviços sociais. Estimular o desemprego, na esperança de que ele pressione para baixo os salários.
O país não conta com matérias-primas que o mercado mundial demande, e sua indústria não é competitiva. Das cerca de 300 mil empresas existentes, somente 18 mil exportam parte de sua produção – sendo que uma centena concentra 50% do valor total. Os setores dos vinhos e do azeite, tradicionalmente voltados ao mercado externo, enfrentam barreiras tarifárias em vários países que buscam conter suas importações. No Brasil, por exemplo, os vinhos portugueses são tributados em 27%; mas tal tarifa está para subir a 55%, o que apavora os produtores e os faz pedir intervenção do governo junto à presidenta Dilma Roussef.
Compare-se este quadro ao que prometia o Movimento das Forças Armadas (MFA), que liderou o golpe de 74. Um de seus maiores objetivos era “elevar rapidamente o nível social, econômico e cultural de todo um povo que viveu 48 anos debaixo de uma ditadura”, como recordava Otelo Saraiva há um ano, quando dois dos dez milhões de portugueses viviam na pobreza. Foi tudo um sonho que, depois de alguns avanços, acabou virando pesadelo.
A premiada escritora Deolinda Gersão, falando a Outras Palavras, lembra que a Revolução dos Cravos foi muito aguardada. “Todos queríamos o fim da ditadura, das guerras coloniais. Quando veio a queda do regime, o clima foi de euforia. Mas logo vimos que o grupo dominante queria implantar outra ditadura, só que de esquerda, o que gerou medo na população. Queríamos liberdade, mas o Partido Comunista português era dos mais estalinistas do mundo, e permanece assim. Foi só com o Mário Soares, do Partido Socialista, que se conseguiu equilibrar as forças e o país cresceu, os serviços sociais melhoraram substancialmente. Mas depois veio o neoliberalismo, e agora esta crise que afeta até a Cultura. Há muita gente boa escrevendo e publicando, mas os que compram livros são os mesmos, o mercado não cresce devido à falta de dinheiro nos bolsos das pessoas”.
Deolinda (autora do romance A Árvore das Palavras [resenha comprar], vencedor do Prêmio de Ficção do PEN Clube português e publicado no Brasil) não emite posições políticas, mas compreende e lamenta o que se passa na sociedade portuguesa, onde os mais pobres sofrem as piores consequências da crise.
Neste aniversário de 38 anos da Revolução, o país reflete sobre os avanços que ela trouxe em termos das liberdades públicas e elevação do padrão de vida. A liberdade continua preservada; já as conquistas sociais estão todas retrocedendo, como ocorre com as aposentadorias dos funcionários públicos, os salários em geral, os serviços públicos da Educação e Saúde, além da queda geral do poder aquisitivo do euro.
A situação deteriorou-se a tal ponto que a revista Visão promoveu uma pesquisa entre 38 profissionais de várias áreas sob o tema “Precisamos de um novo 25 de abril?” As respostas da maioria indicam que ninguém cogita de outro movimento armado contra o governo, mas existe realmente uma rememoração saudosa dos “ideais de Abril”. Como afirmou o músico Adolfo Luxúria Canibal, que tinha 14 anos na época do golpe, é preciso “uma nova dinâmica de esperança para as pessoas que, foi, afinal, o mais importante há 38 anos. É preciso voltarmos a acreditar que podemos melhorar a nossa vida – no quotidiano, na Saúde, na Educação, na Cultura. A seguir ao 25 de Abril de 1974, houve uma democratização transversal da sociedade portuguesa que nos trouxe muitas coisas que parecem estar, agora, a ser postas em cena”.
Na mesma enquete, o sindicalista António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, afirma: “Portugal precisa de um novo 25 de abril, feito em democracia, que permita à política voltar a liderar os destinos do país. Porque, atualmente, são a economia e as finanças que manobram a política”.
Os mais velhos sentem que seus sonhos foram interrompidos depois de um começo esperançoso; os mais jovens parecem perguntar, como diriam os brasileiros: “por que parou? parou por que?” Veremos muitos atos de homenagens ao 25 de Abril, mas praticamente isolados entre si, e a grande maioria de protesto contra as atuais políticas. Nas ruas, o que se vê é o povo considerando o governo uma simples junta de gestores das imposições da troika (Banco Central Europeu, União Européia e FMI). Lançam-se a cada semana medidas de maior contenção de gastos e cortes nos orçamentos sociais, que levam ao fechamento de hospitais, alta inadimplência nas escolas e universidades pagas (até Coimbra está acionando alunos em débito), estímulos à demissão voluntária, e queda geral dos salários e do poder aquisitivo. Tudo muito diferente daquele dia em que povo e soldados acabaram com um regime ditatorial, e parecia que Portugal entraria numa era de prosperidade.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SERRA E A CONSTRUTORA DELTA


José Serra contratou a Delta para obras da propaganda milionária da SABESP

http://www.consorciodelta-araguaia.com/programa.html


Quem não se lembra da propaganda milionária da SABESP na TV Globo, em rede nacional, apesar da empresa só abastecer água em São Paulo? Aconteceu quando José Serra (PSDB/SP) era governador e já candidato a presidente.

Pois grande parte daquelas obras da SABESP foram contratos com a Delta Construções.

O governo federal já fez (desde o governo Lula) e continua fazendo auditorias nos contratos com a empreiteira para sanar irregularidades e exigir dinheiro de volta aos cofres públicos, se e quando for o caso.

E o governador Geraldo Alckmin não vai fazer o mesmo em São Paulo? Ou vai ficar sóabafando a corrupção tucana na gestão de Serra, fazendo campanha para elegê-lo prefeito?

domingo, 22 de abril de 2012

FOLHA RECONHECE O FIM DE ZÉ SERRA



Datafolha envia oposição da enfermaria para UTI 


Saiu mais uma pesquisa do Datafolha. Tomada pela fachada, faz reluzir o já sabido: a popularidade do governo Dilma sobe. Foi de 59% em janeiro para 64% agora. Tomada pelo miolo, acende uma luz no fim do túnel da oposição. Luz vermelha. São três os dados que piscam para os antagonistas do petismo:
1. Perguntou-se ao meio-fio quem deve disputar a Presidência em 2014: Dilma ou Lula? A maioria (57%) prefere Lula a Dilma (32%). Para 6%, nenhum dos dois deveria disputar. Outros 5% não souberam responder. Ficou entendido que, se quiser e a laringe deixar, o ex-soberano continua na pista.
2. Indagou-se ao asfalto como votaria se o segundo turno de 2010 se repetisse hoje. Descobriu-se que os 56,05% amealhados por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%. E os 43,95% obtidos por Serra murcharam para 21%. Quer dizer: se Lula não quiser ou não puder, a pista é de Dilma.
3. Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra, 52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Entre os que se apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
Nos últimos tempos, a oposição mata o tempo perguntando a si mesma –e não respondendo— que diabo, afinal, está fazendo neste mundo. Considerando-se os dados da sondagem, a resposta é nada. Frequenta a cena como visita. Quem tenta dar-lhe ouvidos ou escuta o silêncio ou não entende o que ouve.
Já se sabia que falta discurso à oposição. Descobriu-se que não será fácil arranjar um. A idéia segundo a qual um candidato como Aécio Neves pode apresentar-se como melhor alternativa “a tudo isso que está aí” demanda uma pré-condição: a pregação não pode agredir a agredir a realidade.
Por exemplo: o Datafolha informa que 49% dos eleitores acham que a situação econômica do país vai melhorar. Outros 39% avaliam que a coisa ficará como está. Apenas 13% apostam que o cenário vai degringolar. Em junho do ano passado, 51% imaginavam que os preços subiriam. Hoje, esse contingente caiu para 41%.
Primeiro da fila do PSDB, Aécio prevê que a crise internacional reserva dias piores para o Brasil. Ainda que o tempo lhe dê razão, se disser em público o que rumina em privado será visto não como alternativa, mas como mais um membro do clube do ‘quanto pior melhor’.
Por ora, o que a maioria vê nas gôndolas é a carestia contida. No Banco Central, vê-se a faca dos juros. No Planalto, desponta uma presidente que ordena às casas bancárias estatais que ofereçam taxas menores à clientela e abre guerra contra a banca privada para forçá-la a fazer o mesmo.
Como se fosse pouco, o discurso da moralidade, que já fazia água, acaba de ser engolfado pelo Cachoeira. Demóstenes Torres, que se imaginava nascido para nadador, revelou-se um afogado. Há Agnelos com água pelo nariz. Mas também há Marconis. De uma correnteza assim, tão plural, pode emergir muita coisa, menos um discurso.
Em 2010, a oposição compensava a falta do que dizer superstimando a “ausência de candidato” do PT. Lula elegeu sua poste. A dois anos e meio de 2014, o tucanato e Cia. continuam sem saber o que dizer. A diferença é que o petismo agora tem dois candidatos: a pupila e seu patrono.
O Datafolha informa que a oposição brasileira foi transferida da enfermaria para a UTI. Vale repetir o velho bordão: pesquisa não é senão o retrato de um momento. Significa dizer que seria uma imprudência decretar em 2012 o resultado de 2014.
Algo, porém, é inegável: a oposição está diante de uma encrenca que lhe nega o papel que julga desempenhar melhor. O tucanato pode continuar dizendo que veio ao mundo como exemplo. Falta descobrir de quê.
O Plano Real é sonho velho. A estabilidade econômica foi como que apropriada por Lula. Ou a oposição coloca de pé uma utopia nova ou vai continuar arrastando a bola de ferro que torna os seus candidatos os mais cotados para fazer de um petista o próximo presidente da República.