sexta-feira, 31 de agosto de 2012

JUSTIÇA DOS EUA PEGA SERRA DE JEITO


Decisão judicial revive escândalo do Banestado e respinga em Serra

30/8/2012 10:27,  Por Redação - de Brasília e São PauloShare on twitter
Serra
Detalhe da matéria de Época, sobre possível envolvimento de Serra e Bornhausen no escândalo do Banestado
A Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e o Departamento Internacional da Advocacia-Geral da União confirmaram, na manhã desta quinta-feira, uma decisão judicial na Corte Distrital de Nova Iorque que garante a repatriação de valores depositados em conta bancária usada para o envio ilegal de recursos para o exterior no caso Banestado. O valor a ser restituído ao Brasil é de U$ 1,080 milhão (cerca de R$ 2,2 milhões). As investigações tiveram origem no escândalo do Banestado, ainda em 2003, no qual estavam envolvidos políticos tucanos e do DEM, entre eles o candidato a prefeito de São Paulo José Serra e o ex-senador Jorge Bornhausen (antigo PFL).
Em 2005, os recursos foram bloqueados nos Estados Unidos em decorrência de um pedido de cooperação jurídica internacional feito pelo governo brasileiro. Em 2010, o bloqueio caiu e a quantia foi transferida para o governo dos EUA, que ajuizou ação judicial – denominada interpleader action – a fim de determinar a quem caberia o montante. O pedido foi apresentado pelo Brasil no decorrer desta ação. O livroPrivataria Tucana, que acabou se tornando um best seller, do jornalista Amaury Jr., traz detalhes sobre o caso.
Os recursos seriam oriundos de três brasileiros que foram condenados em primeira instância por evasão de divisas, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. Nos termos de sentença penal proferida pela 6ª Vara Federal de São Paulo, em fevereiro deste ano, os três brasileiros estão envolvidos no escândalo Banestado. A apuração do caso revelou a operação de uma rede de doleiros para o envio ilegal de recursos para exterior no período de 1996 a 2005.
O Governo brasileiro, por meio do Ministério da Justiça e da AGU, comprovou perante a Justiça dos EUA que os ativos bloqueados em Nova Iorque, anteriormente sob propriedade dos três brasileiros, constituem produto de crimes praticados no Brasil e, por isso, deveriam ser repatriados. O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, ressaltou a parceria entre AGU e o Ministério da Justiça para o êxito desta repatriação de ativos ilícitos.
– Vamos continuar trabalhando para aperfeiçoar e ampliar estas iniciativas no contexto de nossa estratégia de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro – afirmou.
O dinheiro ficará sob a custódia da 6ª Vara Federal de S. Paulo até o julgamento do recurso interposto pelos réus. A repatriação é produto da atuação conjunta e coordenada pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça e Departamento Internacional da Procuradoria-Geral da União, perante os órgãos administrativos e judiciais estadunidenses.
Dossiê do Banestado
O esquema de lavagem de dinheiro que envolveu políticos como Serra e Bornhausen consta de relatórios da Polícia Federal, com comprovantes de ordens de pagamento e registros de movimentações financeiras do esquema de lavagem de US$ 30 bilhões por meio da agência bancárias do Banestado de Foz do Iguaçu (PR). Um dos principais documentos é o dossiê AIJ 000/03, de 11 de abril de 2003, assinado pelo perito criminal da Polícia Federal Renato Rodrigues Barbosa – que chegou ao então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com um carimbo de “confidencial”. “O perito e o delegado José Francisco Castilho Neto identificaram pessoas físicas e jurídicas que estariam usando o esquema de remessa de dinheiro do Brasil para o exterior”, publicou a revista semanal de direita Época, em reportagem datada de 2003.
Consta no dossiê AIJ000/03 o nome de José Serra, o mesmo do então ministro da Saúde e hoje candidato à prefeitura paulistana. “O AIJ004 aponta apenas S. Motta, que os policiais suspeitam ser o ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, que já morreu. O dossiê AIJ001 mostra transações financeiras do senador Jorge Konder Bornhausen, presidente nacional do PFL, e do seu irmão Paulo Konder Bornhausen. Já o dossiê AIJ002 aponta o nome do empreiteiro Wigberto Tartuce, ex-deputado federal por Brasília”, lembra a reportagem.
“No caso de José Serra, há extratos fornecidos pelo banco americano JP Morgan Chase. O nome do ex-ministro, que segundo relatório dos policiais pode ser um homônimo, surge em uma ordem de pagamento internacional de US$ 15.688. O dinheiro teria saído de uma conta denominada ‘Tucano’ e sido transferido para a conta 1050140210, da empresa Rabagi Limited, no Helm Bank de Miami, nos EUA. Serra é apontado como o remetente dos recursos. Isto seria uma indicação de que ele teria poderes para movimentar diretamente a conta Tucano. Entre 1996 e 2000, essa conta recebeu US$ 176,8 milhões, segundo a PF”, acrescentou.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

FINALMENTE, VEJA ESTÁ NO CENTRO DA CPI DO CACHOEIRA


Pagot diz que Cachoeira patrocinou reportagem da Veja para o derrubar

publicado em 28 de agosto de 2012 às 14:35
O ex-diretor do Dnit na CPI (foto Antonio Cruz, Agência Brasil)
Pagot diz que Cachoeira patrocinou reportagem para o derrubar

28 de agosto de 2012 • 12h21 • atualizado às 14h09
GUSTAVO AZEVEDO
Direto de Brasília
O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot afirmou na manhã desta terça-feira, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, que não conhecia o contraventor e que foi surpreendido pelo fato de o bicheiro ter sido um dos possíveis autores de sua exoneração da autarquia. Disse ainda que Carlinhos Cachoeira patrocinou uma reportagem para lhe derrubar e que recebeu um pedido do ex-senador Demóstenes Torres para beneficiar a construtora Delta.
“Eu fiquei extremamente estarrecido, primeiro com o afastamento e depois com a exoneração. Foi um episódio amargo na minha vida. Me sentia um morto vivo, um fantasma. Quando começa a me reestabelecer, tive essa brutal notícia, que um contraventor e um agente de uma empresa, seriam os responsáveis pela reportagem que gerou o afastamento e posteriormente a exoneração”, afirmou Pagot.
Perguntado pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), o ex-diretor do Dnit afirmou que essa pressão teria sido gerada por sua postura contra a construtora Delta, beneficiada pela organização de Carlinhos Cachoeira. “Era pela atuação que vinha tendo ao Dnit, não dava vida boa a nenhuma empreiteira e prestador de serviço. Era muito exigente. Penso que por isso eles patrocinaram essa matéria jornalística para me tirar do Dnit”, destacou.
Pagot saiu do governo em julho do ano passado, desgastado após a crise no Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de irregularidades e que gerou a crise entre a presidente Dilma e o Partido da República (PR). A reportagem da revista Veja, do início de julho, foi o estopim e apontava que integrantes do PR haviam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do ministério.
O ex-diretor, que comandava o principal braço operacional dos Transportes, voltou à cena neste ano após vir à tona o escândalo das relações escusas de Carlinhos Cachoeira. Ele fez as mesmas denúncias relatadas à CPI para a imprensa. A situação chegou a ser flagrada por gravações da Polícia Federal em que Cachoeira diz ao então representante da Delta no Centro-Oeste, Claudio Abreu, que “plantou” as informações contra Pagot na imprensa. “Enfiei tudo no r… do Pagot”, falou na ligação telefônica gravada.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

SEAN PEN FAZ CAMPANHA POR CHÁVEZ, NA VENEZUELA


O Broguero: Por que, afinal, eles não estão no STF?

O Broguero: Por que, afinal, eles não estão no STF?: Foto: Montagem/247  Juízes dos réus da Ação Penal 470 e dos próprios ministros da corte, jornalistas ...

EUA exportaram mais armas em 2011 que nunca, somando US$ 66,3 bilhões

EFEEm Washington
Os Estados Unidos exportaram em 2011 mais armas do que nunca, com um total de US$ 66,3 bilhões em cargas que se destinaram sobretudo a aliados no Golfo Pérsico, que argumentam que precisam se defender de um possível ataque do Irã, informou neste domingo (26) o "The New York Times".

As exportações americanas representaram quase 78% do mercado mundial de armas, no qual o segundo maior vendedor é a Rússia, com US$ 4,8 bilhões, segundo um relatório entregue na sexta-feira ao Congresso e publicado hoje na edição digital do jornal.

O número de vendas é o triplo do total de 2010, quando foram exportados US$ 21,4 bilhões, e é "o maior valor total em um ano da história das exportações de armas dos Estados Unidos", segundo o relatório, elaborado pelo Serviço de Investigação do Congresso - uma entidade independente.

domingo, 26 de agosto de 2012

"PEQUENOS" ERROS DA VELHA MÍDIA


Mídia: fila de espera na seção “Erramos”


Por Saul Leblon no site Carta Maior


1) Mídia: 'o chavismo fez da Venezuela o pior lugar da América Latina para se viver'; Fatos: a Venezuela é o país menos desigual da América Latina (Habitat-ONU);
2) Mídia: 'a xeonofobia e o populismo de Cristina Kirchner isolaram o país e afundaram sua economia'; Fatos: o investimento estrangeiro direto na Argentina cresceu no primeiro semestre acumulando um saldo de US$ 2,2 bi, 40% acima do registrado no mesmo período de 2011 (Banco Central argentino);
3) Mídia: 'o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) desviou dinheiro público em benefício próprio e para a compra votos' do mensalão; Fatos: as operações imputadas a João Paulo foram legais; a subcontratação de terceiros pela agência SMP&B, de Marcos Valério, que prestava serviços licitados à Câmara, é praxe no mercado; dos R$ 10,9 milhões pagos à SMP&B, R$ 7 milhões foram transferidos aos grandes grupos de comunicação para veiculação de publicidade: TV Globo (a maior fatia, R$ 2,7 milhões), SBT, Record, Abril, Folha e Estadão. (ministro Ricardo Lewandowski). Ou seja, os mesmos grupos de comunicação que sabiam da lisura do processo, lucraram com ele, martelavam a condenação do deputado.
4) Mídia: 'a carga' é intolerável e não se reflete nos serviços oferecidos'; Fatos: a arrecadação fiscal do Estado brasileiro é de US$ 3.797 per capita; a média dos países de G -7 é de US$ 11.811. Para ter recursos que permitissem oferecer serviços públicos de padrão europeu a receita (em sintonia com o PIB) teria que triplicar, o que só seria possível gravando os mais ricos, ao contrário do que apregoa o conservadorismo (dados FMI/FGV).
5) Mídia: 'O problema da saúde pública é de gestão'; Fatos: o gasto público per capta com saúde no Brasil é de US$ 320/ano; a média mundial é de US$ US$ 549/ ano; a dos países ricos é dez vezes maior que a brasileira (OMS-2012). Em tempo: em 2006, a conservadorismo logrou extinguir a cobrança da CPMF. Foram subtraídos R$ 40 bi em recursos à saúde pública, mesmo depois de o governo propor emenda vinculando indissociavelmente a receita CPMF ao orçamento da saúde pública.

QUE TAL SABER O QUE OCORRE NA VENEZUELA?


Oportunidade rara de conhecer a Venezuela real
Publicado em 25-Ago-2012
O Opera Mundi publicou mais três textos da excelente série sobre a Venezuela, assinados por Breno Altman, Jonatas Campos e Marina Terra. Clique sobre cada título para ter acesso à respectiva reportagem.

Tratam de uma discussão quente: se o sistema político fundado sob a liderança do presidente Hugo Chávez tem ou não um caráter democrático, se preserva ou não certos direitos civis, como a liberdade de imprensa.

1 - “Democracia provoca polêmica em campanha eleitoral na Venezuela”;

Entenda o que são os conselhos comunais e o papel que desempenham na democracia Venezuelana, que mistura a democracia representativa de tradição liberal com a democracia participativa, na perspectiva de um “socialismo bolivariano”.

2 – “Integração regional é principal aposta internacional de Chávez”.

Trata da importância da integração com os países vizinhos (Caribe, América Central e do Sul) no projeto político liderado pelo presidente Hugo Chávez, da criação da Alba e da entrada da Venezuela no Mercosul, com suas implicações.

3 – “Sob Chávez, cresce número de meios audiovisuais e competição entre veículos”.

Em que se desmonta, com relatos e com dados, a farsa criada pela imprensa do continente – em que a imprensa conservadora brasileira tem grande peso – sobre a ausência de liberdade de expressão e de imprensa na Venezuela sob a liderança de Chávez. Este texto é particularmente importante para nós, brasileiros, pois demonstra como a direita encastelada nos meios de comunicação procura se escudar atrás do que denomina “liberdade de imprensa” para garantir, na verdade, seu direito a difundir, de forma exclusiva, um ponto de vista único sobre qualquer coisa. Quando alguma liberdade se instala, e para todos, ela grita logo que estão atacando a “liberdade de imprensa”. 

sábado, 25 de agosto de 2012

EDUARDO GALEANO, HOSPITALIZADO


"Gracias de corazón"

Eduardo Galeano, hospitalizado

El escritor uruguayo Eduardo Galeano, autor de "Las venas abiertas de América Latina", está hospitalizado en un centro asistencial privado de Montevideo para realizarle estudios médicos, dijo a la AFP una fuente sanitaria.

Sábado 25 de agosto de 2012 | 5:18
Eduardo Galeano
Galeano, de 71 años, “está internado y se le están practicando muchos estudios, está consciente y hasta se anima a firmar libros al personal del hospital”, señaló la fuente, bajo condición de anonimato.
En el Hospital Británico de Montevideo, donde Galeano fue ingresado para una serie de análisis, se negaron a brindar datos oficiales sobre la salud del escritor.
El miércoles, un mensaje en su página oficial agradecía y declinaba las múltiples invitaciones que recibe periódicamente el escritor.
“Eduardo agradece de corazón los cientos de convites que le llegan a diario a través de esta página y de su página de seguidores en Facebook”, señaló el breve comunicado.
“Sin embargo, se ve obligado a declinarlos debido a la aguda sobredosis de entrevistas, charlas y demás eventos que ha tenido este año, sumada a los compromisos ya agendados, a la salud que escasea, las hojas que aguardan en blanco y a todas esas calles de Montevideo que andan sin andar”, añadió.
En su página oficial de seguidores en Facebook (Don Eduardo Galeano) se informó en tanto que el escritor “ha sido internado en una clínica de Montevideo para tomarse una serie de exámenes de rutina”.
“Esta semana nos escribió que hablar de su salud es ‘una cosa que aburre’, así que esperemos que pronto vuelva a hablarnos de temas más animados”, añadió el sitio, que mostraba más de 400 mensajes de sus seguidores deseándole una pronta recuperación.
Periodista, narrador y ensayista, Galeano es conocido en el mundo por su ensayo de 1971 “Las venas abiertas de América Latina”, en el que denunció la opresión y amargura del continente y que fue traducido a una veintena de idiomas.
Entre sus obras destacan además “La canción de nosotros” (1975), la trilogía “Memoria del fuego” (I – Los nacimientos, 1982, II – Las caras y las máscaras, 1984, y III – El siglo del viento, 1986), “El libro de los abrazos” (1989), y “El fútbol a sol y a sombra” (1995).
Su libro más reciente es “Los hijos de los días” (2012), una suerte de calendario que relata 366 historias -una para cada día del año- de hombres y mujeres, célebres o anónimos, y diversas anécdotas que el autor rescata del olvido.
El escritor, de conocida militancia izquierdista, ha recibido todo tipo de reconocimientos, desde ser declarado Ciudadano Ilustre por el Comité de Representantes Permanentes del Mercosur, hasta la Orden de Mayo al Mérito en grado de Comendador otorgada por el gobierno argentino o la Medalla de Oro del Círculo de Bellas Artes de Madrid.
Obtuvo el premio Casa de las Américas en dos ocasiones (en 1975 y en 1978) y su trilogía “Memoria del Fuego” recibió en 1989 el American Book Award, distinción que otorga la Universidad de Washington.
En 2010 recibió el prestigioso premio sueco Stig-Dagerman, otorgado “porque su escritura apoya en forma inquebrantable a todos aquellos que están marginados y condenados”.

EUA NÃO QUEREM SOLUÇÃO PARA "CASO ASSANGE"


Moore e Stone: por que defendemos o Wikileaks e Assange

publicada sexta-feira, 24/08/2012 às 12:22 e atualizada sexta-feira, 24/08/2012 às 12:44
“Por que defendemos o Wikileaks e Assange”
Por Michael Moore e Oliver Stone, no Outras Palavras
Tradução: Daniela Frabasile
Passamos nossas carreiras de cineastas sustentando que a mídia norte-americana é frequentemente incapaz de informar os cidadãos sobre as piores ações de nosso governo. Portanto, ficamos profundamente gratos pelas realizações do WikiLeaks, e aplaudimos a decisão do Equador de garantir asilo diplomático a seu fundador, Julian Assange – que agora vive na embaixada equatoriana em Londres.
O Equador agiu de acordo com importantes princípios dos direitos humanos internacionais. E nada poderia demonstrar quão apropriada foi sua ação quanto a ameaça do governo britânico, de violar um princípio sagrado das relações diplomáticas e invadir a embaixada para prender Assange.
Desde sua fundação, o WikiLeaks revelou documentos como o filme “Assassinato Colateral”, que mostra a matança aparentemente indiscriminada de civis de Bagdá por um helicóptero Apache, dos Estados Unidos; além de detalhes minuciosos sobre a face verdadeira das guerras contra o Iraque e Afeganistão; a conspiração entre os Estados Unidos e a ditadura do Yemen, para esconder nossa responsabilidade sobre os bombardeios no país; a pressão do governo Obama para que outras nações não processem, por tortura, oficiais da era-Bush; e muito mais.
Como era de prever, foi feroz a resposta daqueles que preferem que os norte-americanos não saibam dessas coisas. Líderes dos dois partidos chamaram Assange de “terrorista tecnológico”. E a senadora Dianne Feinstein, democrata da Califórnia que lidera o Comite do Senado sobre Inteligência, exigiu que ele fosse processado pela Lei de Espionagem. A maioria dos norte-americanos, britânicos e suecos não sabe que a Suécia não acusou formalmente Assange por nenhum crime. Ao invés disso, emitiu um mandado de prisão para interrogá-lo sobre as acusações de agressão sexual em 2010.
Todas essas acusações devem ser cuidadosamente investigadas antes que Assange vá para um país que o tire do alcance do sistema judiciário sueco. Mas são os governos britânico e sueco que atrapalham a investigação, não Assange.

Autoridades suecas sempre viajaram para outros países para fazer interrogatórios quando necessário, e o fundador do WikiLeaks deixou clara sua disposição de ser interrogado em Londres. Além disso, o governo equatoriano fez uma oferta direta à Suécia, permitindo que Assange seja interrogado dentro de sua embaixada em Londres. Estocolmo recusou as duas propostas.
Assange também comprometeu-se a viajar para a Suécia imediatamente, caso o governo sueco garanta que não irá extraditá-lo para os Estados Unidos. Autoridades suecas não mostraram interesse em explorar essa proposta, e o ministro de Relações Exteriores, Carl Bildt, declarou inequivocamente a um consultor jurídico de Assange e do WikiLeaks que a Suécia não vai oferecer essa garantia. O governo britânico também teria, de acordo com tratados internacionais, o direito de prevenir a reextradição de Assange da Suécia para os Estados Unidos, mas recusou-se igualmente a garantir que usaria esse poder. As tentativas do Equador para facilitar esse acordo entre os dois governos foram rejeitadas.
Em conjunto, as ações dos governos britânico e sueco sugerem que sua agenda real é levar Assange à Suécia. Por conta de tratados e outras considerações, ele provavelmente poderia ser mais facilmente extraditado de lá para os Estados Unidos. Assange tem todas as razões para temer esses desdobramentos. O Departamento de Justiça recentemente confirmou que continua a investigar o WikiLeaks, e os documentos do governo australiano de fevereiro passado, recém-divulgados afirmam que “a investigação dos Estados Unidos sobre a possível conduta criminal de Assange está em curso há mais de um ano”. O próprio WikiLeaks publicou emails da Stratfor, uma corporação privada de inteligência, segundo os quais um júri já ouviu uma acusação sigilosa contra Assange. E a história indica que a Suécia iria ceder a qualquer pressão dos Estados Unidos para entregar Assange. Em 2001, o governo sueco entregou à CIA dois egípcios que pediam asilo. A agência norte-americana entregou-os ao regime de Mubarak, que os torturou.
Se Assange for extraditado para os Estados Unidos, as consequência repercutirão por anos, em todo o mundo. Assange não é cidadão estadunidense, e nenhuma de suas ações aconteceu em solo norte-americano. Se Washington puder processar um jornalista nessas circunstâncias, os governos da Rússia ou da China poderão, pela mesma lógica, exigir que repórteres estrangeiros em qualquer lugar do mundo sejam extraditados por violar suas leis. Criar esse precedente deveria preocupar profundamente a todos, admiradores do WikiLeaks ou não.
Conclamamos os povos britânico e sueco a exigir que seus governos respondam algumas questões básicas. Por que as autoridades suecas recusam-se a interrogar Assange em Londres? E por que nenhum dos dois governos pode prometer que Assange não será extraditado para os Estados Unidos? Os cidadãos britânicos e suecos têm uma rara oportunidade de tomar uma posição pela liberdade de expressão, em nome de todo o mundo.
Leia outros textos de GeralOutras Palavras

VELHA MÍDIA ESTÁ FRUSTRADA COM O JULGAMENTO


Tudo estava preparado para que o julgamento do chamado "mensalão" fosse a sumária execução de todos os réus por um pelotão de fuzilamento togado. Foram sete anos de campanha diária das revistas, TVs, rádios e jornais do PIG - Partido da Imprensa Golpista, montando o cenário para o justiçamento final.
O principal alvo era José Dirceu, por sua proximidade pessoal e política com Lula. Caso aniquilado, sua condenação refletiria de alguma maneira na figura do maior ícone do PT e do trabalhismo brasileiro, alguém que ainda hoje teria mais de 70% dos votos numa eleição presidencial - assim dizem as pesquisas.
Mas para condenar Dirceu seria preciso confirmar-se a existência de um "mensalão", de uma organização criminosa, uma quadrilha da qual o ex-chefe da Casa Civil seria o capo. Neste sentido foi preparada a denúncia do procurador-geral Roberto Gurgel, aquele que abafou os crimes de Carlinhos Cachoeira por três anos. Ele inventou uma verdadeira organização, com diversos escalões e núcleos, como uma pirâmide cujo topo seria a cabeça de José Dirceu - mesmo tendo que reconhecer que não tinha provas, já que "nesse tipo de crime as pessoas não deixam provas"...
Ora, mas para que provas, se a revista veja as forneceu ao longo dos anos, em matérias assinadas por Policarpo Júnior e preparadas com o auxílio inestimável de Carlinhos Cachoeira e outros "editores" da revista? Este seria um julgamento com resultado anunciado: cadeia e cassação de direitos políticos para todos, sendo a pena máxima reservada a Dirceu.
DESASTRE
Mas tudo está dando errado para os arquitetos do golpe. Bastou os advogados de defesa começarem a expor suas teses para a dúvida instalar-se nas mentes dos brasileiros mais atentos: ué, mas existe um "outro lado" nesta matéria? Será que existem inocentes entre os chamados (durante sete anos!)  "mensaleiros"? Será possível que um João Paulo Cunha tenha pago 50 mil reais para João Paulo Cunha votar projetos de João Paulo Cunha e do governo ao qual pertencia, porque era do seu partido e de seus melhores companheiros? Genoíno cobraria 50 mil reais para votar em projetos do governo cujo partido fundou e presidiu?
Fernando Henrique Cardoso comprou votos de deputados para aprovarem sua reeleição, mas os procurou entre adversários. Será lógico que companheiros e parceiros de luta e ideais precisem corromper-se entre si para votarem aquilo que sempre defenderam? O senso comum indica que não existiu pagamento mensal para parlamentares do PT votarem nos projetos do PT.
Houve, conforme está sendo demonstrado, o uso de um esquema ilegal de arrecadação e destinação de dinheiro para custear campanhas eleitorais. Esquema, note-se, criado por Marcos Valério em 1998, para financiar a campanha do PSDB, nas pessoas de seu então presidente nacional Eduardo Azeredo, de Aécio Neves e de FHC. O processo correspondente está no Supremo Tribunal Federal desde 1998, mas ainda não tem data para ser julgado. Nem a mídia cobra urgência neste caso, sete anos mais antigo do que o processo contra petistas e aliados.
Os mesmos colunistas do PIG que elogiavam os ministros do Supremo porque iriam todos (como adivinharam?) votar pela condenação de todos os réus, agora xingam juízes que ousam discordar do veredito proclamado em milhares de páginas e milhares de minutos de TV e rádio. Merval Pereira, Reinaldo Azevedo (mais conhecido como Rei do Esgoto, o canalha), Ricardo Noblat e outros serviçais da extrema-direita (burra e sem votos) pedem a cabeça de Ricardo Lawandowski, até há pouco considerado "impecável". Logo veremos capas da veja denunciando que Lewandowski matou passarinhos quando criança...
Para uma coisa o julgamento está servindo: os brasileiros agora sabem que a velha mídia mente, inventa, calunia, e tenta pautar a Política brasileira. Esconde os roubos e crimes da direita, como protegeu Demóstenes Torres e hoje protege o jornalista da veja Policarpo Júnior, empregado de Carlinhos Cachoeira. Tenta mandar nos brasileiros mediante a mentira e a manipulação. Nunca mais, depois deste caso, o povo acreditará cegamente no que lhe diz esta mídia golpista e criminosa. O Brasil será melhor depois desta farsa.