quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ONDE CONSPIRA A DIREITA SEM-VOTOS


Edição 247:

Eurípedes (Veja), Bucci (Estadão), Sardenberg (TV Globo), Merval (O Globo), Villa (Globonews e outros) e Fiuza (Época) são alguns dos nomes conhecidos na imprensa que fazem parte do Instituto Millenium, centro de pensamento liberal que diz defender a liberdade e o estado de direito no país. Se dizem liberais, mas nenhum faz ressalvas à oligopolização da mídia. Dez entre dez artigos do instituto veem guerra ideológica em cada esquina brasileira. Nos últimos meses, eles estão ainda mais raivosos. O que esperar para 2013?

Heberth Xavier _247 - O nome é pomposo, Millenium. O Instituto Millenium se diz um “centro de pensamento que trabalha para a promoção e o fortalecimento da democracia, da liberdade, do estado de direito e da economia de mercado”. Seus integrantes vêm das redações de jornais, revistas, internet, da academia, espalhados por diversas áreas. Tem gente de todo o tipo, mas todos com algo em comum: têm um medo apavorante do rumo seguido pelo Brasil nos últimos dez anos, que perigosamente estaria flertando com teorias e práticas contra a liberdade de imprensa e com o intervencionismo econômico -- alguns, mais radicais, chegam a relembrar o comunismo…

Lá está o colunista de O Globo, Merval Pereira, acompanhado por artigos em que o governo federal, dez em dez vezes, é sempre vilão. Ou o historiador Marco Antonio Villa, cuja notoriedade recente, alimentada sempre pela crítica ao governo federal, impressionou o jornalista Paulo Nogueira, ex-editor de Veja e ex-diretor de redação de Exame (“É um símbolo de como alguém pode chegar aos holofotes e virar ‘referência’ falando apenas o que interesses poderosos querem ouvir”, disse Nogueira). Ou o global Arnaldo Jabor, cujo único mérito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ter mantido, graças ao temperamento conciliador, “os bolcheviques” fora do poder.

Nenhum deles, ou quase nenhum, vai admitir, mas é inevitável a analogia entre o Millenium e Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), que reunia nos início dos anos 1960 “pensadores” tão liberais e democratas quanto temerosos de uma ditadura comunista no Brasil -- claro, o Ipes e seu discurso contra João Goulart ajudaram a dar um verniz “sofisticado” ao golpe de 1964.

O Ipes era bancado por grandes empresas brasileiras e multinacionais. No caso do Millenium, o patrocínio vem do “prestígio” dos grandes grupos de mídia: Roberto Civita, da Editora Abril; Otávio Frias Filho, da Folha; e Roberto Irineu Marinho, da Globo, são os grandes anfitriões dos encontros do instituto.

Vários dos expoentes do Millenium usava fraldas, ou nem isso, naquele 1964. Mas repetem, basicamente, um discurso parecido com o do Ipes. Onde estavam as críticas a Goulart, Juscelino, Fidel Castro e Stalin há 50 anos, estão hoje o medo do bolivarianismo, de Hugo Chávez, de Rafael Correa, ou o temor a Lula e ao controle da mídia.

O Millenium é liberal e tem orgulho disso. Mas não imagine que defenda, explicitamente, teses caras ao liberalismo econômico, como a crítica aos monopólios e oligopólios. O monopólio da Petrobras é ainda criticado, mas ignora-se solenemente qualquer discussão acerca do fim do oligopólio na mídia. Ignora-se, da mesma forma, limites à propriedade cruzada nos meios de comunicação, a exemplo do que fizeram vários países europeus. Liberalismo, sim, pero no mucho…

Nos últimos dias, os textos ficaram ainda mais contundentes, estimulados pelo julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão. No último deles, o jornalista Eugênio Bucci, outrora presidente da Radiobras no governo Lula e simpático ao PT, fala sobre a “lógica desastrosa de Lula sobre a imprensa”. Em outro artigo desta semana, o economista Mailson da Nóbrega, que deixou o Ministério da Fazenda no governo Sarney com uma inflação na casa de 80% ao mês, critica o que chama de “volta ao passado” do governo Dilma na economia. Entre os articulistas, há gente de mente arejada e plural, como o cientista político Murilo de Aragão, mas elas são exceções: ganha um doce quem achar algo que vá além do medo assombrado contra a estatização exagerada no Brasil e contra os ataques que estariam sendo feitos à liberdade de imprensa (observação: não se conhece, entre os articulistas, qualquer um que tenha sido censurado pelo governo atual).

O Millenium conta entre seus quadros com gente que adora a polêmica. E gente que força a polêmica, ainda que gratuita. Marcelo Madureira, que até há pouco era conhecido apenas por ser humorista e membro do grupo Casseta e Planeta, decidiu-se pela política mais explícita. E escolheu o Millenium para expor suas ideias. Em um dos encontros, gritou: “Quero denunciar o seguinte: a sociedade brasileira é vítima de ataques à democracia! São ataques à democracia, como o mensalão é um ataque à democracia, a legislação eleitoral é um ataque à democracia”. Não falou mais, ou explicou melhor esses ataques, ou mesmo deu uma satisfação sobre quem estava fazendo esses ataques. Mas foi muito aplaudido.

Reinaldo Azevedo, o polêmico blogueiro de Veja, é claro, também é Millenium. E, como seu companheiro Madureira, também vê uma guerra ideológica em cada esquina: “Existe uma guerra em curso. O lado de cá, o lado de cá que eu digo é o lado da democracia…”

O jornalista José Nêumane Pinto, articulista do Estadão e comentarista político no SBT, também é Millenium. Em seu livro mais recente, “O que sei de Lula”, ele acusa o ex-presidente de ter delatado colegas na época de sindicalismo em São Bernardo do Campo. Antes de publicar o livro, na campanha eleitoral de 2010, chegou a convocar os militares. Criticando as bases do Plano Nacional de Direitos Humanos, Nêumane extrapolou e encerrou assim seu comentário. “O presidente assina o que não lê, a oposição idem e os militares… bem, alguém sabe onde andam os militares?”

http://boilerdo.blogspot.com.br/2012/12/os-rola-bostas-do-millenium.html
Do jornal O VALE, 27/12/2012:

Júnior Ortiz não consegue formar equipe provisória! E quer aumentar seu primeiro salário na vida...

Impasse pode obrigar Junior a anunciar equipe só na posse

O prefeito eleito de Taubaté, Ortiz Júnior. Foto: Rogério Marques
O prefeito eleito de Taubaté, Ortiz Júnior. Foto: Rogério Marques
Tucano divulgaria nomes de secretários ontem, mas adiou a apresentação; salários considerados baixos seriam entrave
JULIO CODAZZI
TAUBATÉ

Com dificuldade para definir sua equipe de governo, o prefeito eleito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), adiou pela segunda vez o anúncio do futuro secretariado.
Inicialmente, os nomes seriam divulgados na quinta-feira passada, dia 20, um dia após a diplomação. Mas, devido ao atraso nas negociações, o evento havia sido transferido para hoje.
Ontem, porém, a assessoria de imprensa do tucano comunicou o novo cancelamento do anúncio.
Oficialmente, a justificativa é que Junior terá um compromisso fora da cidade hoje. Porém, assessores do prefeito eleito confirmam que a indefinição nos nomes foi fator determinante para que o evento fosse desmarcado.
Com a alteração, a expectativa é que uma lista com parte do secretariado seja divulgada amanhã.
Já a relação com todos os nomes só deve ser apresentada no dia 2 de janeiro.

Obstáculo. Segundo assessores de Junior, a maior dificuldade enfrentada pelo tucano durante a negociação com os ‘candidatos’ ao secretariado é o salário.
Atualmente, o valor bruto pago pela prefeitura de Taubaté é R$ 9.116. A quantia é considerada insuficiente para ‘seduzir’ profissionais capacitados da iniciativa privada ou pessoas que ocupam cargos públicos em outros municípios.
Diante do impasse, o prefeito eleito tentou, na semana passada, articular na Câmara a aprovação de um projeto de lei para reajustar os subsídios em até 30%. Porém, a discussão deve ficar para o ano que vem.
O ‘baixo salário’ seria o principal obstáculo que impede o acerto com nomes de outros municípios e com pessoas de perfil técnico.
O tucano não foi localizado ontem para comentar a dificuldade nas negociações.

Negativa. Além do salário, outras questões pontuais atrapalham a definição da equipe de governo de Junior.
A vereadora Pollyana Gama (PPS), por exemplo, rejeitou uma oferta para assumir a Secretaria de Educação.
Segundo apurouO VALE, um dos motivos da recusa teria sido o fato de que o compromisso poderia prejudicar uma eventual candidatura da parlamentar a deputada, em 2014.
Sem Pollyana, o tucano deve optar pela pedagoga Edna Chamon, pesquisadora na Unicamp (Universidade de Campinas) e professora da Unitau (Universidade de Taubaté).
Já para a pasta de Esportes o tucano venceu a ‘disputa’ com o prefeito eleito de Pindamonhangaba, Vito Ardito (PSDB), e está perto de anunciar Cláudio Teixeira Brazão, o Macaé, que foi secretário municipal da cidade vizinha entre 1989 e 2004.
Para a Secretaria de Cultura, o nome mais cotado é o da artista plástica Antonieta Ito, mulher do também artista plástico Fernando Ito, que foi um dos principais colaboradores da campanha de Junior.
Eles se juntam a nomes dados como certos: Aldineia Martins (Saúde), Eduardo Cursino (Planejamento) e Agliberto Chagas (Desenvolvimento).

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

"ESPERTOS" COMEMORAM VITÓRIA DA CHICANA


TAUBATÉ ASSISTE A FESTA DOS "ESPERTOS"
Antonio Barbosa Filho

DELFT (Países Baixos) - Entre o primeiro e o segundo turnos das eleições de 2012, apareceram nas redes sociais algumas figuras estridentes e radicais, quase ridículas em seu fanatismo, empenhadas em defender o candidato-eleito Juninho Ortiz. Na verdade, nem se tratava de uma defesa propriamente dita, já que esses parlapatões não entravam no mérito das graves acusações feitas pelo Ministério Público da capital perante a 14a Vara da Fazenda (por corrupção, contra os Ortizes pai e filho e três empresas fornecedoras de material escolar à FDE) e pelo Ministério Público Eleitoral em Taubaté, por abuso de poder político e econômico na milionária campanha de setembro/outubro. Os porta-vozes de Juninho preferiam agredir os críticos do réu-eleito, deixando entredito que, mesmo que seja culpado, o herdeiro da Prefeitura jamais será apanhado pelas garras da lei.
Um dos que abriu o jogo com sua costumeira sinceridade (a mesma que lhe custou o mandato de vereador e provavelmente impediu a eleição de seu filho-preposto) foi Rodson Lima. Colocando-se como membro da equipe da futura administração (pelo seu nível e dos parceiros, daria um bom secretário da Cultura...), Rodson chegou a expressar a filosofia que inspira os Ortizes e seus ortizetes: "O que seria dos espertos se não houvesse os trouxas?" Nada como um discurso direto, no tom de quem pergunta: "Entenderam ou querem que eu desenhe, idiotas?" Rodson Lima foi a voz mais autêntica da campanha vitoriosa de Ortiz Júnior, na qual outros militantes sempre tentaram dourar a pílula, bons tucanos que são...
Neste dia 19, portanto, a cidade que ainda tem algum escrúpulo e alguma vergonha da corrupção política, assistirá a festa dos "espertos". Eles estão se esbaldando, distribuindo empregões e empreguinhos, festejando dia e noite o sucesso do maior golpe eleitoral da História de Taubaté. Nem mesmo o Juiz Eleitoral dr. Flávio de Oliveira César, ousou estragar a festa no chiqueiro: a fuga de Juninho às notificações, por vinte longos dias, a malandra troca de advogados para ganhar mais cinco dias, o pedido de vistas do vice-prefeito (por acaso marido da provável presidenta da Câmara, o que simplifica as coisas: pai, filho, marido e mulher centralizarão o poder, as chaves dos cofres, a aprovação de projetos pelos vereadores e, principalmente, nenhuma fiscalização ou oposição), todas essas chicanas típicas de porta-de-cadeia, deram certo. O réu-eleito, indiferente aos processos que podem cassá-lo em dias, semanas ou meses, receberá o diploma que adquiriu por uma fortuna que jamais será totalmente calculada.
É verdade que o diploma de prefeito não será aquele documento magno, aquele honroso atestado de uma delegação popular limpa: o diploma de Juninho está manchado de lama. Encardido pelas suspeitas, com as bordas amassadas pelas acusações incontestáveis, o papel que lhe será entregue nesta semana tem um problema maior que praticamente anula sua validade: é provisório, não confere um mandato de quatro anos. Pode ser retomado a qualquer momento, tão logo a Justiça conclua suas investigações e avaliações. Fosse uma ação de empresa, diríamos que é um papel mixado; fosse uma cédula de dinheiro, seria moeda falsa; fosse um cheque, não teria fundos. 
Mas nada disso importa aos ortizetes, que aumentam a cada dia com a adesão de todo tipo de picaretas, sabedores que será sempre fácil obter vantagens de um prefeito que assumirá (?)  sem autoridade moral, sem a confiança de boa parcela da população, atraindo empresários inescrupulosos, tendo que atender intimações de São Paulo e de Taubaté a todo momento. Um meio-prefeito, com um pé no Gabinete e o outro nos tribunais. Para os que apenas querem uma boquinha, custe o que custar, o importante é sentarem-se em suas cadeiras, ainda que seja por semanas ou meses: eles sabem como aproveitar a chance que jamais conseguiriam por mérito. Conseguiram-na por cumplicidade.
(Artigo redigido para o Diário de Taubaté, mas não publicado. Provavelmente faltou espaço...)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Irani Lima: A AUTORIDADE QUE DESESTRUTURA O POLÍTICO-SOCIAL D...

Irani Lima: A AUTORIDADE QUE DESESTRUTURA O POLÍTICO-SOCIAL D...: Carlos Karnas, jornalista e escritor O prefeito eleito réu, Ortiz Júnior, com penca de processos por crimes, enfim foi diplomado. A impr...

CONTRA PETISTAS, MINISTROS INVERTEM SEUS PRÓPRIOS VOTOS!!!


Abaixo estão os votos dos ministros, em processo julgado 2011, dados por  Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Ayres Britto e Cezar Peluso.  Em 2011 disseram que não cabe ao STF, mas a Câmara dos Deputados decidir sobre a cassação ou não de mandato de deputado. Celso de Mello disse o mesmo em outro julgamento em 1995. Os votos abaixo são do acórdão do julgamento do deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), condenado pelo STF em 8.set.2011 por esterilização ilegal de mulheres no interior do Pará: 

"Luiz Fux, revisor / página 173 do acórdão: "Com o trânsito em julgado, lance-se o nome do réu no rol dos culpados e oficie-se a Câmara dos Deputados para os fins do art. 55, § 2º, da Constituição Federal."

"Marco Aurélio / página 177 do acórdão: "Também, Presidente, ainda no âmbito da eventualidade, penso que não cabe ao Supremo a iniciativa visando compelir a Mesa diretiva da Câmara dos Deputados a deliberar quanto à perda do mandato, presente o artigo 55, inciso VI do § 2º, da Constituição Federal. Por quê? Porque, se formos a esse dispositivo, veremos que o Supremo não tem a iniciativa para chegar-se à perda de mandato por deliberação da Câmara". 

"Gilmar Mendes / página 241 do acórdão: "No que diz respeito à questão suscitada pelo Ministro Ayres Britto, fico com a posição do Relator, que faz a comunicação para que a Câmara aplique tal como seja de seu entendimento."

"Ayres Britto (já aposentado) / página 226 do acórdão: "Só que a Constituição atual não habilita o Judiciário a decretar a perda, nunca, dos direitos políticos, só a suspensão". 

"Cezar Peluso (já aposentado) / página 243 do acórdão: "A mera condenação criminal em si não implica, ainda durante a pendência dos seus efeitos, perda automática do mandato. Por que que não implica? Porque se implicasse, o disposto no artigo 55, VI, c/c § 2º, seria norma inócua ou destituída de qualquer senso; não restaria matéria sobre a qual o Congresso pudesse decidir. Se fosse sempre consequência automática de condenação criminal, em entendimento diverso do artigo 15, III, o Congresso não teria nada por deliberar, e essa norma perderia qualquer sentido".
http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=17082&Itemid=2

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Irani Lima: O DIPLOMA SUJO DE LAMA

Irani Lima: O DIPLOMA SUJO DE LAMA: Antonio Barbosa Filho, jornalista DELFT (Países Baixos) - Deveria ser um dia de festa cívica em Taubaté, este 19 de dezembro, quando o...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Altamiro Borges: A autenticidade da "Lista de Furnas"

Altamiro Borges: A autenticidade da "Lista de Furnas": Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual : Bastou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, ter requerimento aprovado para convidar o e...

Altamiro Borges: Villa: O professor aloprado

Altamiro Borges: Villa: O professor aloprado: Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo : Não tenho grandes expectativas em relação à academia brasileira, mas mesmo assim...

Altamiro Borges: A direita quer adiantar 2014

Altamiro Borges: A direita quer adiantar 2014: Editorial do sítio Vermelho : É pueril mas preocupante o esforço da direita para adiantar, antes de se completar a metade do mandato da pr...

LIÇÕES DE LULA EM PARIS REPERCUTEM NO MUNDO


“A crise pode fazer aparecer algo de novo”, diz Lula

publicada sexta-feira, 14/12/2012 às 12:02 e atualizada sexta-feira, 14/12/2012 às 13:46
Por Gianni Carta, na CartaCapital
“Não estou acostumado a ter medo. Durante toda minha vida vivi em crise. Sou de um terra que se até 5 anos e idade você não morreu de fome é um milagre” , diz Lula em visita com Dilma a Paris. ”
Luiz Inácio Lula da Silva fez um de seus mais primorosos discursos hoje à noite, quarta-feira 12, na Fundação Jean-Jaurès, em Paris, onde, em parceria com o Instituto Lula, foi organizado o “Fórum pelo Progresso Social: o Crescimento como Saída da Crise”.

O presidente francês François Hollande e a presidenta Dilma Rousseff, esta em sua primeira visita de Estado à França, abriram o fórum na terça-feira 11, mas foi Lula quem fez o último discurso.
Humor não escasseou na fala do ex-presidente.
“É a primeira vez que pessoas secundárias fazem o discurso final”, disse Lula referindo-se ao discurso a anteceder o seu do ex-premier socialista Lionel Jospin.
“Isso, na França, é muito ruim, porque somos pessoas sem mandato.”
A plateia visivelmente apreciou o discurso sério de um exímio orador que soube engajar personalidades presentes (como Jospin) e mesclar sua própria experiência com a crise econômica global.

“Não estou acostumado a ter medo. Durante toda minha vida vivi em crise. Sou de uma terra que se até 5 anos e idade você não morreu de fome é um milagre”, ofereceu Lula.
Os risos começaram com as primeiras palavras do ex-presidente. “Não falo francês, inglês e nem português.” Disse, então, que falaria devagar para as tradutoras entenderem o que ele diria.
Lula caçoou, ainda, de sua falta de opção na vida. Um jornalista, por exemplo, pode escolher sua profissão. Um metalúrgico não escolhe nada: ele vira metalúrgico para sobreviver.
No entanto, ao longo de mais de uma hora de discurso, ficou claro que o metalúrgico pode ser muito mais sábio do que jornalistas não somente na oratória, mas também na maneira de tratar quem o cerca.
Em 2002, quando subia a rampa do Palácio do Planalto, após ser eleito no primeiro mandato, Lula era criticado pelos “sociólogos” (especialmente por um específico), e pelos “economistas”. “Eles sabem tudo”, argumentou Lula, não sem sua costumeira ironia. Todos, na sua galgada ao Palácio do Planalto, “puxavam minha manga”.
“Não vai”, repetiam.
“Eles me diziam que o Brasil estava quebrado”, contou Lula para o deleite da plateia parisiense. “Mas eu queria fazer algo de diferente. A primeira coisa era que nos respeitássemos. Não somos uma republiqueta.”
Naquela época, contou o ex-presidente, os líderes latino-americanos ficavam presos em seus grotescos paradigmas. Quem, por exemplo, era o melhor amigo de Bill Cintion?
Segundo Lula, o Brasil dava as costas para a América Latina, e, de forma ignorante, para a África, por acreditar que o Oceano Atlântico é uma fronteira.
Em um momento, Lula declarou: “É muito fácil cuidar dos pobres, e muito mais difícil cuidar dos ricos”.
Antes, disse Lula: “O Brasil era um país capitalista sem capital”. O programa de inclusão social Bolsa Família, está claro, fez ingressar milhões de brasileiros na classe média.
Lula fez mais pelos pobres. Investigou, por exemplo, por que eles não tinham acesso ao crédito. “Porque o pobre não oferecia garantias”, descobri. Mas o ex-presidente acabou por acertar que o crédito do trabalhador é seu salário. E, assim, 40 bilhões de dólares foram colocados nas mãos dos pobres.
Por este e outros programas, muitos empresários não votaram em Lula nos seus dois mandatos, argumentou o próprio. “Eles têm medo de mim.” E emendou: “Mas hoje sabem que nunca ganharam tanto dinheiro – e nunca empregaram tanta gente”.
O ex-presidente disse que a crise pode abrir uma oportunidade para os governantes assumirem responsabilidades e tomarem decisões importantes. “Essa crise está nos chamando para as grandes decisões políticas que desaprendemos a tomar depois de um longo tempo de bem-estar social.”
Lula chegou até a questionar o dólar como moeda padrão internacional aqui em Paris. Para ele, é um absurdo um brasileiro ter de comprar um colar boliviano em dólares.
O ex-presidente arrancou aplausos quando disse que se a ONU pôde criar Israel em 1948, mas não faz o mesmo para um verdadeiro Estado da Palestina.
Por fim, ele criticou os banqueiros. “Vocês já viram banqueiros presos nas manchetes de jornais? Não?”
É simples: eles financiam a mídia.
http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/a-crise-pode-fazer-aparecer-algo-de-novo-diz-lula.html

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

EM TAUBATÉ, A FESTA DOS "ESPERTOS"

ABF

Sou obrigado a dizer que me sinto muito feliz em não estar em Taubaté e no Brasil nestes dias de vergonha para minha cidade. A diplomação do réu-eleito Ortiz Júnior é uma cusparada na parcela honesta da população, um drible da vaca nas leis, um desacato ao passado mais nobre da cidade quase quatrocentona.
Assisto de longe, mas não indiferente, a esta hora triste para meus conterrâneos e para todos que amamos a cidade. Continuarei escrevendo, denunciando, fiscalizando e confiando na Justiça. A turba que cerca o Juninho, sedenta de migalhas de poder e de vantagens, pode estar vibrando agora porque o bando conseguiu engabelar a Justiça. Mas isso não será para sempre. Espero que a impugnação seja aprovada antes da posse em 1 de janeiro. Caso haja a posse, que o mandato seja cassado em semanas ou poucos meses.
Dinheiro nenhum comprará a Justiça inteira, nesses tempos em que o País todo se indigna contra a corrupção, e os juízes parecem querer demonstrar inédito rigor com os ladrões do dinheiro público. Os Ortizes podem muito, mas não podem tudo.
Com vergonha de ser taubateano (mas isso passa), fico na Europa para restabelecer minha fé na Civilização e da Democracia.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012