quarta-feira, 13 de novembro de 2013

UMA SALA DE BRASIL NO MAIOR MUSEU DA HOLANDA!

Paisagem de Olinda, Frans Post, mostrando a antiga catedral, onde hoje está sepultado Dom Helder Câmara.
Todo brasileiro já ouviu falar em Maurício de Nassau, o nobre holandês que governou Pernambuco e parte do Nordeste entre 1637 e 1644, durante a ocupação holandesa daqueles territórios portugueses. Não cabe aqui relembrar o que foi a "Nova Holanda", projeto da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, pela qual Nassau foi contratado para ser o Governador, Almirante e Comandante-Geral do projeto. 
Maurício andava mal de finanças, endividado com a construção de sua casa-palácio em Haia, onde hoje funciona um dos melhores museus da Europa, o Mauritshuis (Casa de Maurício). Aceitou o emprego por um salário altíssimo, e ainda pela participação em 2% dos lucros que viessem da colônia no Nordeste. 
O que eu quero frisar aqui é a presença com Maurício de Nassau de artistas e cientistas que se tornaram importantes para que o mundo conhecesse algo sobre o Brasil, ainda uma terra remota, que os próprios portugueses mantiveram abandonada durante décadas depois do "Descobrimento". Entre eles estava o jovem pintor Frans Post, primeiro europeu a pintar paisagens das Américas que se tornaram conhecidas e valorizadas. Mesmo depois de seu retorno à Holanda, Post continuou produzindo telas sobre o Brasil, e viveu disso até morrer. 
Nas visitas que fiz ao Rijks Museum, o Museu Real, em Amsterdã, o enorme edifício estava em obras que duraram quase sete anos. Só estava aberta uma pequena parte, com cem obras-primas do acervo. Reaberto em abril, hoje pude finalmente conhecê-lo quase inteiro, enquanto as pernas aguentaram... E vi uma sala inteiramente dedicada ao Brasil! 
São seis quadros de Frans Post, dois deles grandes que eu não conhecia, e um de Albert Eckhout, colega da mesma missão Nassau. 
Trago essas fotos para os amigos e amigas que apreciam Arte e, principalmente, que ficarão felizes de ver o Brasil como uma seção de um dos museus mais importantes do mundo. 
 Quatro paisagens de Frans Post e uma tela maior de Albert Eckhout.
Detalhe da tela de Albert Eckhout, com frutas do Brasil (ele pintou várias sobre o tema). E sem o caipira na frente prá atrapalhar...rsrsrs

Esta "Vista de Itamaracá" é a pintura de paisagem mais antiga das Américas (1637).
 De Frans Post.

Uma tela grande Frans Post, que eu não conhecia antes da reabertura do Rijks Museum 
Sobre a administração de Maurício de Nassau encontrei este resumo na Wikipedia:
"O seu governo está associado ao planejamento urbano do Recife, que o historiador da Arte estadunidense Robert Chester Smith iria considerar "a primeira cidade digna desse nome na América portuguesa", (…) caracterizada pela liberdade de circulação por meio de pontes e de ruas pavimentadas e traçadas geometricamente, mercados e praças bem plantadas. A descrição da vida em Recife nos tempos de Nassau foi feita por cronistas neerlandeses e por frei Manuel Calado que vivia em Alagoas em seu engenho com 25 escravos mas foi chamado por Nassau ao Recife, onde se ligou especialmente a João Fernandes Vieira.
Seus êxitos inegáveis foram a defesa do Brasil holandês contra o ataque da armada luso-espanhola em 1640 e a conquista de AngolaSão Tomé e do Maranhão em 1641, graças ao poder naval.2
Para o historiador Charles Boxer foi sobretudo um "administrador de primeira categoria".

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